terça-feira, 30 de junho de 2009

Pelas ruas soturnas

Pelas ruas soturnas da vivência humana, pelos rios estendidos mar adentro, pelas montanhas ingremes cujo cume se perde no horizonte de nós mesmos, pela estrada perdida em aldeia nenhuma, pelo barco sem rumo que se perde à deriva dos nossos sonhos, pelo caminho daqueles que sofrem, que aguentam todos os dias o que nós aguentamos em tempo algum, pelos que morrem por esquecimento de quem vive, pelas paixões sem dono, pelas viúvas, pelos ladrões, por todos nós.
Quando escrevo, penso em tudo isto e dói-me o coração só de pensar. A cabeça é que devia doer, mas sei lá pensar com a cabeça, do lado esquerdo do meu peito é que brota o meu sofrimento.
Já ultrapassei obstáculos inexistentes, já me cansei antes de começar a correr, já me faltou o ar antes de deixar de respirar, já criei mundos paralelos sem que eles se tenham apercebido, já gritei bem alto e nem uma palavra