domingo, 12 de outubro de 2008

Solidão II

Que vida é esta?
Que fuga permanente
Que desejo ofegante
Que intensidade majestosa
Que sentido há, que vida
É apenas um sentido desconhecido
Um sopro estendido e o coração
E as estrelas e as dimensões

Que deus é este?
Que nos deixa sozinho
Que nos abre ilusões
Que caia a esperança
Que finde o sentimento
Que cesse a certeza

Que me deixem sozinho comigo
Porque eu falo sozinho
Eu vivo sozinho
Eu escrevo sozinho!
E tremo de solidão

Com toda esta gente que me rodeia

domingo, 5 de outubro de 2008

Saudade

Arde incessante o meu coração
De tão cheio de solidão
Arde com fogo sem chama
No interior da multidão

Sem ninguém notar e eu imerso
Apago-me do universo
Ficam cinzas, espalha-se o fumo
Com vento de um só rumo

E quando chegar o fim
Alguém se irá lembrar de mim?
Ou tudo esquecido
Que fui tudo sem ter sido

Da luz brota escuridão
De saber que tudo em vão
Para quê esta luta
Se ninguém me pede perdão?

Sem pompa nem formalidade
Caiu em saudade.