Para evitar que este blog caia, vou fazer um esforço e tentar postar todos os dias. Nem que seja qualquer coisa, um suspiro basta. Tenho algumas tardes livres, em que tenho mais que tempo para escrever qualquer coisa e fá-lo-ei.
A partir de amanhã.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
terça-feira, 30 de junho de 2009
Pelas ruas soturnas
Pelas ruas soturnas da vivência humana, pelos rios estendidos mar adentro, pelas montanhas ingremes cujo cume se perde no horizonte de nós mesmos, pela estrada perdida em aldeia nenhuma, pelo barco sem rumo que se perde à deriva dos nossos sonhos, pelo caminho daqueles que sofrem, que aguentam todos os dias o que nós aguentamos em tempo algum, pelos que morrem por esquecimento de quem vive, pelas paixões sem dono, pelas viúvas, pelos ladrões, por todos nós.
Quando escrevo, penso em tudo isto e dói-me o coração só de pensar. A cabeça é que devia doer, mas sei lá pensar com a cabeça, do lado esquerdo do meu peito é que brota o meu sofrimento.
Já ultrapassei obstáculos inexistentes, já me cansei antes de começar a correr, já me faltou o ar antes de deixar de respirar, já criei mundos paralelos sem que eles se tenham apercebido, já gritei bem alto e nem uma palavra
Quando escrevo, penso em tudo isto e dói-me o coração só de pensar. A cabeça é que devia doer, mas sei lá pensar com a cabeça, do lado esquerdo do meu peito é que brota o meu sofrimento.
Já ultrapassei obstáculos inexistentes, já me cansei antes de começar a correr, já me faltou o ar antes de deixar de respirar, já criei mundos paralelos sem que eles se tenham apercebido, já gritei bem alto e nem uma palavra
domingo, 12 de outubro de 2008
Solidão II
Que vida é esta?
Que fuga permanente
Que desejo ofegante
Que intensidade majestosa
Que sentido há, que vida
É apenas um sentido desconhecido
Um sopro estendido e o coração
E as estrelas e as dimensões
Que deus é este?
Que nos deixa sozinho
Que nos abre ilusões
Que caia a esperança
Que finde o sentimento
Que cesse a certeza
Que me deixem sozinho comigo
Porque eu falo sozinho
Eu vivo sozinho
Eu escrevo sozinho!
E tremo de solidão
Com toda esta gente que me rodeia
Que fuga permanente
Que desejo ofegante
Que intensidade majestosa
Que sentido há, que vida
É apenas um sentido desconhecido
Um sopro estendido e o coração
E as estrelas e as dimensões
Que deus é este?
Que nos deixa sozinho
Que nos abre ilusões
Que caia a esperança
Que finde o sentimento
Que cesse a certeza
Que me deixem sozinho comigo
Porque eu falo sozinho
Eu vivo sozinho
Eu escrevo sozinho!
E tremo de solidão
Com toda esta gente que me rodeia
domingo, 5 de outubro de 2008
Saudade
Arde incessante o meu coração
De tão cheio de solidão
Arde com fogo sem chama
No interior da multidão
Sem ninguém notar e eu imerso
Apago-me do universo
Ficam cinzas, espalha-se o fumo
Com vento de um só rumo
E quando chegar o fim
Alguém se irá lembrar de mim?
Ou tudo esquecido
Que fui tudo sem ter sido
Da luz brota escuridão
De saber que tudo em vão
Para quê esta luta
Se ninguém me pede perdão?
Sem pompa nem formalidade
Caiu em saudade.
De tão cheio de solidão
Arde com fogo sem chama
No interior da multidão
Sem ninguém notar e eu imerso
Apago-me do universo
Ficam cinzas, espalha-se o fumo
Com vento de um só rumo
E quando chegar o fim
Alguém se irá lembrar de mim?
Ou tudo esquecido
Que fui tudo sem ter sido
Da luz brota escuridão
De saber que tudo em vão
Para quê esta luta
Se ninguém me pede perdão?
Sem pompa nem formalidade
Caiu em saudade.
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
O Novelo
São recordações que me comovem
Como fios torcidos d’um novelo que se descosem
São lágrimas que deslizam
Com lembranças desgarradas que avisam
Quão solta anda esta mente jovem
Inúteis e supérfluas não serão de certeza
Colocadas por ordem de tristeza
As histórias passadas e vividas
Que deixaram marcas e dívidas
Num corpo imbuído em firmeza
Depois a vida vai passando
Mas as feridas vão ficando
Como cortes de navalha
Numa turbulenta e fatal batalha
Quanta melancolia tem o meu sorriso?
Ao tratar o passado que friso?
O novelo entorna-se e rebola quieto
E fico sem resposta a olhar o tecto
Como fios torcidos d’um novelo que se descosem
São lágrimas que deslizam
Com lembranças desgarradas que avisam
Quão solta anda esta mente jovem
Inúteis e supérfluas não serão de certeza
Colocadas por ordem de tristeza
As histórias passadas e vividas
Que deixaram marcas e dívidas
Num corpo imbuído em firmeza
Depois a vida vai passando
Mas as feridas vão ficando
Como cortes de navalha
Numa turbulenta e fatal batalha
Quanta melancolia tem o meu sorriso?
Ao tratar o passado que friso?
O novelo entorna-se e rebola quieto
E fico sem resposta a olhar o tecto
sábado, 27 de setembro de 2008
Q.C.A.C
Quando chegar aos cinquenta
Vou ter uma televisão
Que deixe de mostrar corrupção
Quando chegar aos cinquenta
Não vou ficar à espera
Da minha morte lenta
Quando chegar aos cinquenta
Vou-me desmontar
Nem uma peça irá sobrar
Quando chegar aos cinquenta
A minha alma vai engrandecer
Dos livros que não vou ler
Da saúde que não vou ter
E dos beijos que não vou receber
Quando chegar aos cinquenta
Vou andar mais devagar
Para te ficar a observar
O meu corpo vai ficar
Impávido e sereno a murmurar
Quando chegar aos cinquenta
O meu coração vai arder
E quando deixar de bater
Vou deixar de te entreter
E ficarás sozinha a entristecer
Vou ter uma televisão
Que deixe de mostrar corrupção
Quando chegar aos cinquenta
Não vou ficar à espera
Da minha morte lenta
Quando chegar aos cinquenta
Vou-me desmontar
Nem uma peça irá sobrar
Quando chegar aos cinquenta
A minha alma vai engrandecer
Dos livros que não vou ler
Da saúde que não vou ter
E dos beijos que não vou receber
Quando chegar aos cinquenta
Vou andar mais devagar
Para te ficar a observar
O meu corpo vai ficar
Impávido e sereno a murmurar
Quando chegar aos cinquenta
O meu coração vai arder
E quando deixar de bater
Vou deixar de te entreter
E ficarás sozinha a entristecer
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