terça-feira, 23 de setembro de 2008



Mais vale a felicidade eterna do que o prazer momentâneo.

3 comentários:

João Apura disse...

Discordo completamente com a frase: é o prazer momentaneo que te eleva às alturas da felicidade (note-se que eu conoto "prazer momentaneo" como algo que só significa naquele momento, para aquele momento e com aquele momento - nada mais).
Felicidade eterna é uma busca que nunca cessará e, até lá, podes bem esperar sentado - porque quanto mais procuras tal felicidade, mais ela te foge. Felicidade eterna é como o paraíso: algo que nunca saberemos se realmente existe, se não quendo morrermos. Então, para quê passar a vida à espera disso?Vive mas é o momento, gozando-o como se fosse único.
Mais vale o prazer momentâneo, mesmo que em sonhos, do que a felicidade eterna, que nem em sonhos existe.

Cumprimentos ;)

Johnny disse...

Existem momentos de prazer momentâneo que apesar da alegria que provocam, nao deixam de ser momentâneos. Por vezes, sofremos durante muito tempo, por uma coisa que se passou em segundos, um prazer que nos deixou extasiados, mas que no fundo, nao nos serviu para nada. No meu entender, quando o prazer se unir com a felicidade, em sentido puro, aí sim podemos alcançar a eternidade. Detesto que se torne as coisas utópicas, só porque ainda não foram alcançadas.
Mas claro, esta pergunta fica, "e se morremos amanhã?"

João Apura disse...

Ao "prazer que nos deixou extasiados, mas que no fundo, nao nos serviu para nada" referes-te ao praraíso momentâneo, à nuvem da luxuria que se atinge quando anseias por algo?
Deixo-te, aqui, um texto de Paulo Geraldo, professor de língua portuguesa:
«Vamos pela vida intercalando épocas de entusiasmo com épocas de desilusão. De vez em quando andamos inchados como velas e caminhamos velozes pelo mar do mundo; noutras ocasiões - mais frequentes do que as outras - estamos murchos como folhas que o tempo engelhou. Temos períodos dourados, em que caminhamos sobre nuvens e tudo nos parece maravilhoso, e outros - tão cinzentos! - em que talvez nos apetecesse adormecer e ficar assim durante o tempo necessário para que tudo voltasse a ser belo.
A vida é que é, e não pode ser mais do que isso.
Desejamos muito uma coisa, pensamos que se a alcançarmos obtemos uma espécie de céu, batemo-nos por ela com todas as forças. Mas quando, finalmente, obtemos o que tanto desejávamos, passamos por duas fases desconcertantes. A primeira é um medo terrível de perder o que conquistámos.
A segunda fase chega com o tempo e não costuma demorar muito: sucede que aquilo que obtivemos perde - lentamente ou de um dia para o outro - o encanto. Gastou-se o dourado, esboroou-se o algodão das nuvens. Aquilo já não nos proporciona um paraíso.
Se nos desiludimos, a culpa não está nas coisas nem está nas outras pessoas. Se nos desiludimos, a culpa é nossa: porque nos deixámos iludir."

Há um problema no mundo em que vivemos, e todo esse problema provém da história que nos têm contado ao longo da vida. Acreditas em Deus? Acreditas na Virgem Maria? Em Jesus?
Se me perguntares, eu digo que não acredito - porém, no sentido real. No sentido figurado, ou literário, acredito: são personagens de um livro, designado por Bíblia.
E isto tudo para dizer o quê?
Para dizer isto: a bíblia é uma das obras que mais influenciou o mundo, rompendo-lhe campos de visão somente por serem diferentes do campo que esse livro proclama.
A esperança, por exemplo. Com certeza que já alguma vez ouviste falar da Caixa de Pandora, a qual guardava todos os males do mundo. Foi aberta, mas logo rapidamente fechada, o que permitiu guardar no seu interior algo que, pela história que nos contaram,é benigno: a esperança.
Mas eu pergunto: então o que fazia algo "bom" dentro de uma caixa que guardava todos os males do mundo?
Há aqui uma mentira: a esperança não é bom. É má para com os seus utilizadores, porque nos engana. Faz-nos esperançar por algo que realmente queremos (que nos dará, talvez, o paraíso, a felicidade eterna)... E quando tal não acontece?
Um balde de água fria é pouco: acaba com o nosso mundo na sua totalidade! Ficamos frustrados, desiludidos, sofridos - porque aquilo que esperavamos não aconteceu!
É este o problema, independentemente de morrermos amanhã ou não. Ao esperarmos por algo do futuro (como uma grande casa cheia de glamour e luxo) estamos a mirar, lá ao longe, a morte! Já viste como somos? Fugimos da morte a sete pés, mas nao paramos de pensar no futuro, que guarda no seu seio aquilo a que fugimos... E quem é que nos faz ser assim?
A esperança!

Quanto à felicidade eterna, tendo em conta a religião, é impossível encontrá-la cá, no mundo (o paraíso serve para alguma coisa!); porém, eu penso que cá também é possivel encontrá-la: na verdade, nós já estamos no paraíso! Este é o reino dos céus: o reino em que tudo é possível, inclusive ser feliz. Para quê ansiar por algo que só acontecerá após a morte?

Acredita, confia. Estas são as palavras que te trazem felicidade: ao acreditares que irás fazer aquela viagem, que irás ter aquele carro, não depositas esperança, não! Depositas algo mais forte: gozo. Gozas aquilo que queres antes de a teres, quer seja mentalmente ou de outra maneira. Isso tras-te gozo e, caso não conseguires tal viagem, ou carro, não importa - já o tiveste na tua mente; já o possuiste; já o namoraste; já acreditáste nele.
E ele acaba por vir, quer daqui a um ano, quer daqui a 10.

Cumprimentos ;)